Vivência Em Grupo


by O Disciplinador <Chineladas@bol.com.br>

Trabalho em uma grande multinacional da área de medicamentos e, como é de praxe, nossa convenção anual de vendas ocorre em setembro. No ano passado foi escolhido um hotel fazenda onde passamos um fim de semana com reuniões, treinamentos, etc. Na _s_e_x_ta-feira aconteceram as reuniões com o desempenho do último ano, projeções para o futuro, enfim, toda a parte formal do encontro. No Sábado ocorreram atividades para integração de grupos e o domingo tivemos livre para aproveitar as belezas naturais locais. Havia mais de 200 pessoas entre vendedores, representantes e gerentes.

No sábado, sob a orientação de um psicólogo, fomos divididos em grupos, aleatoriamente, para começarmos as atividades e a cada evento os grupos se reorganizavam. Havia 20 pessoas e 21 cadeiras, então o coordenador da atividade fez sentar na cadeira vazia um boneco de um homem com terno e gravata, quase de tamanho natural. Estávamos todos ali vestidos bem à vontade, bermudas, camisetas, pés descalços, tênis, chinelos, etc., afinal era primavera. Muitos jogaram seus calçados num canto da sala. Aquela "criatura" formalmente vestida num ambiente descontraído era muito divertido de ver, ainda mais por se tratar de um boneco. Só isso já bastava para descontrair o ambiente.

Então, para nossa surpresa, o psicólogo disse para imaginarmos que aquele boneco representava uma pessoa com a qual tínhamos algum desafeto muito sério e que ----- seria o momento de acertarmos as contas. Poderia ser seu pai, um irmão, um primo, o chefe, não importava quem. Abruptamente, joga o boneco em cima de um dos participantes, era uma mulher, que se assustou com o gesto. Agarrou o boneco pelos ombros, sacudiu-o com força. Riu desbragadamente na sua cara por um bom tempo. Quando cansou daquilo, atirou o boneco no colo de um homem ao meu lado. Era um homem jovem, grande, forte que pegou o boneco pelo braço e ajeitou-o de bruços sobre os joelhos. Todos riram, mas eu fiquei em estado de choque, mal podia acreditar no que estava vendo. Eu, com meus 33 anos sempre sonhei ver essa cena em público: um homem deitado de bruços nos joelhos de outro homem. Era demais, estava adorando a visão.

Para meu deleite, o homem levantou o terno do boneco para que o traseiro ficasse mais à mostra, tirou o chinelo do pé e disse:

Seu moleque, ----- vai ter o castigo que merece!

E começou a dar violentas chineladas na bunda do boneco. Contava uma a uma, num total de 50. Todos riam sem parar e começaram a contar juntos. Por fim, o homem passou o boneco para outra pessoa e assim foi até todos terem feito alguma coisa com ele. Aconteceram as coisas mais variadas: um o abraçava fortemente contra o peito, outro beijava suas faces, outro segurava-o pelos ombros xingando-o, outro gritava palavrões, outro tratou-o como um cadáver sendo velado, uma mulher fingiu estar transando com ele, enfim, foram as mais diversas manifestações, vinte atitudes diferentes, pois éramos vinte pessoas.

Quando o coordenador tirou o boneco de cena, demos por encerrada a brincadeira, já estava um ambiente completamente descontraído. Poderíamos fazer qualquer atividade depois disso que iríamos ser cúmplices, pois o gelo inicial fora quebrado.

Para surpresa de todos, mas especialmente para meu desespero e horror o coordenador anunciou, então:

Agora que o algoz se foi, vamos ver como "botamos os bichos pra fora" de verdade! Repitam as atitudes que tiveram com o boneco com a pessoa que está ao seu lado direito.

Silêncio geral e constrangedor. Ninguém se atrevia a olhar para seus companheiros de lado. Por fim, com o canto do olho, arrisquei olhar para os pés do meu futuro algoz, o homem das chineladas. Ele estava de pernas cruzadas balançando o pé e o chinelo fazia aquele barulhinho característico dessa posição: plec, plec, plec. Um frio me percorreu a espinha, pois aquele barulhinho iria virar um barulhão, só que na minha bunda. Será que iria ter coragem de fazer isso comigo? Olhei para ele e concluí que sim, pois ele fazia o tipo decidido.

Quem vai começar? Você – disse o coordenador, apontando para a mulher que simulara uma transa. Ela, vermelha, levantou-se da cadeira, disse um "seja-o-que-deus-quizer" qualquer, deu um tapa na própria perna, pegou a mulher que estava ao seu lado direito, sentou-se no seu colo e "gozou" enlouquecidamente.

Eu seria exatamente o último, segundo a ordem que se iniciara. Suava frio, pois o tormento iria se arrastar por muito tempo. E o que era pior, acabara de me lembrar de um detalhe: eu vestia uma camiseta larga e comprida que ia até as coxas. Usava uma bermuda de tecido bem fino e, o que era pior, ESTAVA SEM CUECA! Aí meu desespero aumentou. Adoro andar assim, a camiseta larga e comprida disfarça qualquer imprevisto. Era uma mistura de sentimentos: vergonha, medo e excitação. Os eventos foram acontecendo: xingamentos, gritos, declarações de amor, choro, riso, uma sala de malucos!

Dezessete, dezoito. Ai, meu Deus, está chegando. Dezenove. Pronto. Agora não tem mais volta, vou entrar no chinelo. Que faço? O homem estava ali olhando para mim, numa expressão mista de severidade, ironia e humor.

Então? - Perguntou-me ele.

Então o quê?

Hora de apanhar no bumbum. Vem cá, moleque, vai levar o castigo que merece!

O sujeito me pegou pelo braço, me ajeitou sobre o colo dele e levantou minha camiseta para deixar a bunda à mostra. Vi quando tirou o chinelo do pé e começou:

PLAF, um, PLAF, dois, PLAF, três – e o povo contando junto – PLAF, quatro, PLAF, cinco...

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo: eu, um marmanjo de 33 anos nas costas, apanhando de chinelo na bunda, surra aplicada por outro homem, na frente de 19 pessoas, todos colegas de trabalho, alguns conhecidos, outros não. O som das chineladas se espalhava pela sala, e o coro continuava:

PLAF, quinze, PLAF, dezesseis, PLAF, dezessete...

Eu nunca havia apanhado na minha vida, embora fosse muito interessado pelo assunto. Sempre sonhei fazer isso com um cara, mas nunca me imaginei naquela posição ridícula, tendo meu traseirinho esquentado. Estava doendo e não havia chegado à metade, ainda. Ele era um expert, pois as chineladas vinhas certeiras, fortes, sonoras, uma em cada nádega, uma no meio e outra mais embaixo, onde a bunda se encontra com as coxas. Nossa! Aquilo parecia não acabar mais. Ele prendeu minhas pernas com suas pernas e empurrava sua mão esquerda para baixo, sobre minhas costas, eu não conseguia sair dali. E aquela sola de borracha batendo, batendo, esquentando, esquentando. Eu tinha vontade de gritar, de mandar parar, de sair dali, de chorar, mas tinha vergonha também, eu estava sendo visto por várias pessoas. Muitos deviam estar gostando de ver aquele homem feito ali, apanhando de chinelo na bunda como um moleque, aquela bunda bem delineada sendo surrada por outro homem com um chinelo de borracha. Passou-me pela cabeça, então, como seria uma surra daquelas na bunda pelada. AI! Deveria ser um inferno pior do que eu estava passando, embora o tecido fino não fosse lá uma grande proteção. Mas que pelado seria pior, ah! Isso seria...

PLAF, quarenta e cinco, PLAF, quarenta e seis – eu com os dentes serrados, quase no fim – PLAF, quarenta e sete, PLAF, quarenta e oito, PLAF, quarenta e nove – não acredito, vai terminar – PLAF, cinqueenta – UFA!!!

Não foi fácil, eu não tinha forças para sair do colo, então todo o grupo veio, me tiraram dali, me colocaram de bruços no chão e ficaram fazendo carinho em mim por muito tempo. Eu não agueentei tudo aquilo e depois de ter levado a maior sova de chinelo na bunda, firme como uma rocha, sem ter soltado um ai, depois de tudo acabado, despenquei na maior choradeira, aquele monte de mãos me acarinhando, me levantaram e eu chorando e chorando. Então meu vizinho da cadeira esquerda, meu algoz, me deu um senhor abraço daqueles colados, ficamos assim por muito tempo e todos em volta nos abraçando também. Parecíamos uma almôndega. Naquele momento entendemos que poderíamos superar qualquer barra juntos. Foi uma experiência inesquecível.

Depois disso tudo temos nos correspondido eletronicamente, pois moramos em estados distantes. Ficamos muito amigos e confidentes. Confessei a ele que foi dura a experiência, mas que eu havia gostado. Ele perguntou se eu queria repeti-la a sós, naturalmente. Eu disse que talvez sim, mas que também gostaria que ele pudesse passar por isso também, ao que ele me disse:

Por que não???


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